Introdução
Quem ganharia em uma luta entre um gorila e um tubarão?
Essa discussão foi levantada no Blog do StackOverflow por Jeff Atwood, um de seus fundadores. E com uma Discussão no StackOverflow em português.
O que motivou essa questão foi uma pergunta no Stack Overflow com o título: Python vs Perl
Segue a pergunta:
Ok, então eu finalmente estou tentando mexer com linguagens de script e eu decidi focar em Python ou Perl. O problema é: eu não sei por onde começar.
A minha experiência em programação primariamente é em C, Java e C++. Não há nenhuma tarefa específica que eu quero aprender com Python/Perl, só possivelmente aplicá-lo ao meu trabalho como desenvolvedor para facilitar a vida em geral.
O que você acha ? Qual você usa? Uma é mais relevante na indústria do que outra?
Quem venceria em uma luta?
A disputa entre um gorila e um tubarão geralmente aparece naqueles debates divertidos de “quem venceria em uma luta?”. É uma daquelas hipóteses clássicas da internet em que as pessoas comparam dois animais totalmente incompatíveis.
Tubarão: predador de topo dos oceanos, adaptado para velocidade e emboscadas rápidas, com mandíbulas poderosas e fileiras de dentes extremamente afiados. Mas é perigoso apenas na água — fora do mar, não sobrevive por muito tempo.
Gorila: primata dominante em terra firme, com força imensa (algumas estimativas indicam de 4 a 10 vezes a força de um homem forte), braços potentes e grande inteligência. No entanto, é indefeso em águas profundas.
Portanto, o debate geralmente depende do local da luta:
No oceano: o tubarão vence facilmente — o gorila se afogaria e seria uma presa fácil.
Em terra: o gorila vence, já que o tubarão não consegue respirar nem se mover adequadamente.
Em algum ambiente neutro (como água rasa ou uma arena): é aí que a discussão se prolonga. Alguns dizem que o gorila conseguiria desviar e esmagar o tubarão, outros afirmam que uma única mordida do tubarão seria o fim da luta.
Metáfora
Essa metáfora pode ser usada em diversos debates, em prataicamente qualquer área. É o tipo de discussão que não é construtiva e é recorrente nos ambientes de desenvolvimento.
Para resolver problemas técnicos, você precisa de uma base de conhecimento sólida e de conhecimento de muitas ferramentas, porque, para cada contexto, há uma abordagem mais adequada.
Por isso, desconfie de quem defende apenas uma linguagem, sistema operacional, ou ferramenta.
Como dizia um colega:
A melhor linguagem de programação é aquela que põe o pão na minha mesa…
Brincadeiras à parte, claro que não devemos escolher qualquer linguagem para resolver os problemas. Mas no mundo real, nem sempre temos poder de escolha da linguagem, principalmente em empresas muito grandes ou quando o projeto já está maduro.
Discussão
A publicação resume os principais motivos pelos quais “Gorila vs Tubarão” (e perguntas similares) são consideradas inadequadas:
- Não resolve um problema real
Não há utilidade prática ou motivação concreta para responder “quem venceria”, ao passo que perguntas técnicas devem começar de uma necessidade ou um problema real de quem pergunta.
- Falta de especificidade / escopo vago
Não se define em que condições a “luta” ocorreria (em água, em terra, regras, etc.), o que abre margem para interpretações arbitrárias e respostas divergentes sem consenso.
- Dificuldade de aprendizado dirigível
Mesmo que alguém com conhecimento responda de forma bem fundamentada, o resultado tende a ser muito dependente de suposições e não contribui para aprendizado prático aplicável.
- Afastamento de especialistas
Esse tipo de questão tende a atrair palpites e opiniões rasas em vez de discussões especializadas. Perguntas “mais úteis” e focadas são preferidas, pois atraem quem realmente entende do tema.
Exemplos
Comparações mais “naturais” como “Google+ vs Facebook” ainda têm o mesmo problema se não delimitar exatamente o que será comparado (UX, interface, funcionalidades, desempenho etc.).
Ajustar a pergunta para focar em um aspecto específico (por exemplo, “qual das duas redes sociais oferece melhor usabilidade para compartilhamento privado entre amigos?”) torna-a mais aceitável, pois dá foco e critério para respostas.